Depressão pós-parto e desenvolvimento do bebê no primeiro ano de vida

Autores

  • Maria de Lima Salum e MORAIS Instituto de Saúde, Núcleo de Práticas da Saúde.
  • Tania Kiehl LUCCI Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia
  • Emma OTTA Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia

Palavras-chave:

Desenvolvimento infantil, Depressão pós-parto, Relação mãe-criança

Resumo

O objetivo do estudo foi investigar características do desenvolvimento infantil aos 4, 8 e 12 meses de idade em função de depressão pós-parto. A porcentagem de mães com depressão pós-parto - medida pela Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo -, aos 4 meses após o parto foi de 30,3%; aos 8 meses, 26,4%; e, aos 12, 25,0%. Utilizaram-se testes de Qui-quadrado para comparar filhos de mães com e sem depressão pós-parto em relação a marcos do desenvolvimento. Constatou-se pior desempenho de bebês de mães deprimidas em: 2 indicadores interacionais aos 4 meses, 2 indicadores motores aos 8 meses, e 1 indicador motor amplo aos 12 meses. Filhos de mães com depressão pós-parto, contudo, mostraram melhores resultados em 1 indicador de motricidade fina e em 2 de linguagem aos 12 meses. Conclui-se pela necessidade de considerar fatores externos e internos da mãe e do bebê no estudo dos efeitos da depressão materna sobre o desenvolvimento infantil

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Publicado

2013-03-31

Como Citar

MORAIS, M. de L. S. e, LUCCI, T. K., & OTTA, E. (2013). Depressão pós-parto e desenvolvimento do bebê no primeiro ano de vida. Estudos De Psicologia, 30(1). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8500