Diagnóstico de malformações congênitas
impactos sobre a saúde mental de gestantes
Palavras-chave:
Diagnóstico, Gestantes, Malformação congênita, Saúde mentalResumo
Malformação congênita, segunda maior causa de mortalidade infantil, constitui condição de vulnerabilidade importante na gravidez, que repercute desfavoravelmente na saúde mental da gestante. Objetivou-se estudar o impacto do momento do diagnóstico de malformação congênita sobre a saúde mental de 66 gestantes em atendimento pré-natal. Para isso, as participantes responderam ao Questionário “Momento da notícia”, o qual identifica variáveis psicossociais relativas ao momento do diagnóstico da deficiência, e as Escalas Beck, para avaliar sinais e sintomas de ansiedade (Beck Anxiety Inventory) e depressão (Beck Depression Inventory). Todas receberam a notícia através de um médico, sendo 19 no segundo trimestre gestacional. Quatorze consideraram a transmissão do diagnóstico apropriada. No entanto, quando a notícia ocorreu no primeiro trimestre, tanto indicadores de ansiedade (p = 0,0009) quanto de depressão (p = 0,000004) se associaram ao momento da comunicação do diagnóstico; diferente de quando a gestante era comunicada no segundo trimestre, ao qual esteve associado somente os indicadores de depressão (p = 0,0462). Discute-se indicadores de ansiedade e depressão na gestação relacionados ao diagnóstico de malformação congênita como agravantes da vulnerabilidade física e psíquica durante a gestação.
Downloads
Referências
Antunes, M. S. C., & Patrocínio, C. (2007). A malformação do bebê. Vivências psicológicas do casal. Psicologia, Saúde & Doenças, 8(2), 239-252.
Aymé, S. (2005). As injustiças do nascimento. Lisboa: Liga Internacional para o Estudo e Apoio da Deficiência Mental.
Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Barros, V. C., Santos, J. F. C., Lima, L. A., Fonseca, D. L., & Lovisi, M. L. (2013). Depressão e apoio social em gestantes de fetos com malformações atendidas emum hospital materno-infantil público de referência no Rio de Janeiro. Cadernos Saúde Coletiva, 21(4), 391-402.
Brasil. Ministério da Saúde. (2013a). Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Recuperado em dezembro 13, 2013, de http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php/index.php?area=0201
Brasil. Presidência da República. (2013b). Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Recuperado em dezembro 13, 2013, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
Cardoso, J. A. (2001). Doenças genéticas: impacto psicológico e representações sociais. In M. Canavarro (Ed.), Psicologia da gravidez e da maternidade. Coimbra: Quarteto.
Chaplin, J. P., Schwitzer, R., & Perkoulidis, S. A. (2005). Experiences of prenatal diagnosis of spina bifida or hydrocephalus in parents who decide to continue with their pregnancy. Journal of Genetic Counseling, 14(2), 151-162.
Cunha, J. A. (2001). Manual da versão em portuguêsdas escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Farias, L. N., & Villwock, C. (2010). Luto na maternidade: a perda real. Recuperado em julho 22, 2013, de http://guaiba.ulbra.tche.br/pesquisa/2010/artigos/psicologia/salao/655.pdf
Gomes, A. G., & Piccinini, C. A. (2010). Malformação no bebê e maternidade: aspectos teóricos e clínicos. Psicologia Clínica, 22(1),15-38.
Gorayeb, R. P. (2008). Intervenção psicológica com gestantes cujos fetos apresentam malformação congênita (Tese de doutorado não-publicada). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
Ha, J. F., Anat, D. S., & Longnecker, N. (2010). Doctorpatient communication: A review. The Ochsner Journal, 10(1), 38-43.
Leithner, K. (2011). The psychic state of the pregnant woman and prenatal diagnostic procedures. In D. Prayer (Ed.), Fetal MRI. Viena: Springer.
Loaiza, J. L., & Arroyave, A. M. (2009). Deliveryng bad news: Aspects to consider when training medical students and residentes. Donald School Journal of Ultrasound and Obstetrics and Ginecology, 3(4), 65-68.
Montero, S. M. P., Sánchez, J. M. R., Montoro, C. H., Crespo, M. L., Jaén, A. G. V., & Tirado, M. B. R. (2011). A experiência da perda perinatal a partir da perceptiva dos profissionais de saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 19(6), 1405-1412. Recuperado em julho 22, 2013, de http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n6/pt_18.pdf
Perosa, G. B., Canavez, I. C., Silveira, F. C. P., Padovani, F. H. P., & Peraçoli, J. C. (2009). Sintomas depressivos e ansiosos em mães de recém-nascidos com e sem malformações. Revista Brasileira de Ginecologia & Obstetrícia, 31(9), 433-439.
Perosa, G. B., & Ranzani, P. M. (2008). Capacitação do médico para dar más notícias à criança. Revista Brasileira de Educação Médica, 32(4), 468-473.
Ramos, T. C. L., Hoffmann, V. M. B., & Regen, M. (1985). As dificuldades em transmitir a notícia: pesquisa junto a pais de pacientes portadores de Síndrome de Down. Revista Brasileira de Deficiência Mental, 18, 47-69.
Roecker, S., Mai, L. D., Baggio, S. C., Mazzola, J. C., & Marcon, S. S. (2012). Vivência de mães de bebês com malformação. Escola Anna Nery, 16(1), 17-26.
Rosa, R., Martins, F. E., Gasperi, B. L., Monticelli, M., Siebert, E. R. C., & Martins, N. M. (2010). Mãe e filho: os primeiros laços de aproximação. Escola Anna Nery, 14(1), 105-112.
Sarmento, R., & Setúbal, M. R. V. (2003). Abordagem psicológica em obstetrícia: aspectos emocionais da gravidez, parto e puerpério. Revista Ciências Médicas, 12(3), 261-268.
Setúbal, M. S., Barini, R., Zaccaria, R., & Silva, J. (2004). Reações psicológicas diante da gravidez complicada por uma malformação fetal. Recuperado em julho 22, 2013, de http://www.barini.med.br/publicacao
Soulé, M. (1992). Le psychiatre dans un service de medicine fetale et diagnostic anténatal. In M. Soulé, F. Begoin-Guignard, H. Cohen, F. Daffos, D. David, P. Faure, … B. Schaal (Eds.), Introductionà la psychiatrie fetale. Les aspects psychologiques et psycopathologiques en medicinefetale et diagnostic prénatal. Paris: ESF.
Sousa, E. N., & Muza, J. C. (2011). Quando a morte visita a maternidade: papel do psicólogo hospitalar no atendimento ao luto perinatal (Monografia não-publicada). Universidade Católica de Brasília.
Sousa, S. (2003). A saúde do feto. In E. Sá (Ed.), Psicologia do feto e do bebé. Lisboa: Fim de Século.
Sunelaitis, R. C., Arruda, D. C., & Marcon, S. S. (2007) A repercussão de um diagnóstico de síndrome de Down no cotidiano familiar: perspectiva da mãe. Acta Paulista Enfermagem, 20(3) 264-271.
Vasconcelos, L., & Petean, E. B. L. (2009). O impacto da malformação fetal: indicadores afetivos e estratégias de enfrentamento das gestantes. Psicologia, Saúde & Doenças, 10(1), 69-82.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ana Cristina Barros da CUNHA, José Paulo PEREIRA JUNIOR, Cláudia Lúcia Vargas CALDEIRA, Vanessa Miranda Santos de Paula CARNEIRO

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.