A dialética de transformação do autoconceito: um estudo no cárcere feminino
Palavras-chave:
Prisões, Self, Autoconceito, Autopercepção, MulheresResumo
O presente trabalho elegeu o encarceramento como possível fator desencadeador de transformações no autoconceito. Este é composto por múltiplas dimensões do self organizadas hierarquicamente e funciona como esquemas da cognição. É ainda um produto estrutural complexo da atividade reflexiva, permeável a mudanças promovidas por novas situações, transições e papéis sociais. Para investigar as transformações e estrutura do autoconceito, 150 mulheres encarceradas responderam ao protocolo contendo o Inventário Feminino dos Esquemas de Gênero do Autoconceito, a Escala de Clareza do Autoconceito e a Escala de Autoconsciência Situacional. Os achados demonstraram organização dinâmica e multidimensional do autoconceito das mulheres, onde foram encontradas categorias diversas do self. Os elementos analisados configuram o cárcere como evento da vida adulta impulsionador de transformações na dinâmica do funcionamento do autoconceito.
Downloads
Referências
Almeida, V. P. (2006). Repercussões da violência na construção da identidade feminina da mulher presa: um estudo de caso. Psicologia, Ciência & Profissão, 26(4), 604-619. Recuperado em junho 20, 2014, de http://www.scielo.br/pdf/pcp/v26n4/v26n4a08.pdf
Bardagi, M. P., & Boff, R. M. (2010). Autoconceito, autoeficácia profissional e comportamento exploratório em universitários concluintes. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, 15(1), 41-56. Recuperado em maio 10, 2014, de http://www.scielo.br/pdf/aval/v15n1/v15n1a03
Campbell, J. D., Trapnell, P. D., Heine, S. J., Katz, I. M., Lavallee, L. F., & Lehman, D. R. (1996). Self-concept clarity: Measurement, personality correlates, and cultural boundaries. Journal of Personality and Social Psychology, 70(1), 141-156. https://doi.org/10.1037/0022-3514.70.1.141
Carvalho, M. L., Valente, J. G., Assis, S. G., & Vasconcelos, A. G. G. (2006). Perfil dos internos no sistema prisional
do Rio de Janeiro: especificidades de gênero no processo de exclusão social. Ciência & Saúde Coletiva, 11(2), 461-471. https://doi.org/10.1590/S1413-81232006000200023
Caur, A., & Riar, T. S. (2013). Developmental changes in self-concept and emotional stability among rural adolescents of Punjab. Journal of Community Mobilization and Sustainable Development, 8(2), 282-284.
Cole, D. A., Maxwell, S. E., Martin, J. M., Peeke, L. G., Seroczynski, A. D., Tram, J. M., … Maschman, T. (2001). The development of multiple domains of child and adolescent self-concept: A cohort sequential longitudinal design. Child Development, 72(6), 1723-1746.
Dancey, C. P., & Reidy, J. (2006). Estatística sem matemática para psicologia (3ª ed.). Porto Alegre: Artmed.
Dasgupta, N. (2013). Implicit attitudes and beliefs adapt to situations: A decade of research on the malleability of implicit prejudice, stereotypes, and the self -concept. Advances in Experimental Social Psychology, 47, 233-279.
Demo, D. H. (1992). The self-concept over time: Research issues and directions. Annual Review of Sociology, 18, 303-326. https://doi.org/10.1146/annurev.so.18.080192.001511
Fonseca, K. P. (2006). Re(pensando) o crime como uma relação de antagonismo entre seus autores e a sociedade. Psicologia: Ciência e Profissão, 26(4), 532-547. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000400002
Frinhani, F. M. D., & Souza, L. (2004) Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma análise de representações sociais. Psicologia: Teoria e Prática, 7(1), 61-79. Recuperado em maio 5, 2015 de http://www.redalyc.org/html/1938/193817415006/
George, L. (2000). Well-being and sense of self: What we know and what we need to know. In K. W. Shaide & J. Hendricks (Eds.), The evolution of the aging self: The societal impact on the aging process (pp.1-35). New York: Springer. (Societal Impact on Aging Series).
Giavoni, A., & Tamayo, A. (2000). Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IEGA). Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16(2), 175-184. https://doi.org/10.1590/S0102-37722000000200010
Giavoni, A., & Tamayo, A. (2005). Inventário Feminino dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IFEGA). Estudos de Psicologia (Natal), 10(1), 25-34. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2005000100004
Guimarães, C. F., Meneghel, S. N., & Oliveira, C. S. (2006). Subjetividade e estratégias de resistência na prisão. Psicologia: Ciência e Profissão, 26(4), 632-645. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000400010
Hair Junior, J. F., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (2005). Análise multivariada de dados (5ª ed.). Porto Alegre: Bookman.
Hammer, M., Hammer, B., & Butler, A. (2014). Psychological healing through creative selfunderstanding and self-transformation. Houston: Strategic Book Publishing.
Knutzen, K. B., & Kennedy, D. M. (2012). Designing the self: The transformation of the relational self-concept through social encounters in a virtual immersive environment. Interactive Learning Environments, 20(3), 271-292. https://doi.org/10.1080/10494820.2011.641680
L’Écuyer, R. (1978). Le concept de soi. Paris: PUF.
L’Écuyer, R. (1985). El concepto de sí mismo. Barcelona: Oikos-Tau.
Mortimer, J. T., Finch, M. D., & Kumka, D. (1981). Persistence and change in development: The multidimensional self-concept. In P. B. Baltes & O. G. J. Brim (Eds.), Life-span development and behavior (Vol.4). New York: Academic Press.
Nascimento, A. M. (2008). Autoconsciência situacional, imagens mentais, religiosidade e estados incomuns da consciência: um estudo sociocognitivo (Tese de doutorado não-publicada). Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Nascimento, A. M., & Roazzi, A. (2013). Autoconsciência, imagens mentais e mediação cognitiva. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(3), 493-505. https://doi.org/10.1590/S0102-79722013000300009
Oliveira Braz, J. M., & Farias, F. R. (2015). Memória e poder disciplinar: transformação e produção subjetiva em escolas prisionais. InterSciencePlace, 10(3), 67-83.
Reis, E. (2001). Estatística multivariada aplicada (2ª ed.). Lisboa: Edições Silabo.
Rocha, A. P. (2007). O autoconceito nos idosos (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade de Lisboa, Portugal.
Setterlund, M. B., & Niedenthal, P. M. (1993). “Who am I? Why am I here?” Self-esteem, self-clarity, and prototype matching. Journal of Personality and Social Psychology, 65(4), 769-780. https://doi.org/10.1037/0022-3514.65.4.769
Tamayo, A. (1981). EFA: Escala Fatorial de Autoconceito. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 33(4), 87-102. Recuperado em junho 16, 2013, de http://www.scielosp.org/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S1413-8123200300030000200036&lng=en&pid=S1413-81232003000300002
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Lysia Rachel Moreira BASÍLIO, Antonio ROAZZI, Alexsandro Medeiros do NASCIMENTO, José Arturo Costa ESCOBAR
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
