Apontamentos para a vida: uma metodologia Henriana de pesquisa em psicologia

Autores

Palavras-chave:

Existencialismo, Prática psicológica, Pesquisa

Resumo

 Este estudo objetiva pensar uma metodologia Henriana em Psicologia. Trata-se de uma pesquisa teórica e transversal que, valendo-se da tradição fenomenológica em Psicologia buscará estruturar um itinerário de pesquisa em duas dimensões de aparição. 1º – Da mostração intencional, fenomenologia clássica, e 2º – Da essência da manifestação, fenomenologia Henriana. Esse caminho é feito por fases que vão desde o design da pesquisa e a constituição do olhar fenomenológico, chegando ao cenário da síntese no qual o pesquisador poderá fazer as suas conclusões sobre o conteúdo da experiência pesquisada. A inserção da dimensão da essência da manifestação enriquece o método fenomenológico tradicional abrindo à Psicologia a possibilidade de exploração do pathos avec. Oportuniza à Psicologia um caminho metodológico de entendimento das dinâmicas da experiência humana para além do modelo saúde-doença. É necessário continuar a pesquisa em vista do desenvolvimento dos instrumentos de aferição.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adolphs, R., Mlodonow, L., & Barrett, L. F. (2019). What is an Emotion? Current Biology, 29(20), 160-164. https://doi. org/10.1016/j.cub.2019.09.008

Binswanger, L. (2010). Délire: contributions à son étude phénoménologique et daseinanalytique. Millon

Borg, C., Chouchou, F., Dayot-Gorlero, J., Zimmerman, P., Maudoux, D., Laurent, B. M., & George A. (2018). Pain and emotion as predictive factors of interoception in fibromyalgia. Journal of Pain Research, 11, 823-835. https://doi. org/10.2147/JPR.S152012

Cordaro, D. T., Sun, R., Keltner, D., Kambles, S., Nuddar, N., & Mcneil, G. (2018). Universals and cultural variations in 22 emotional expressions across five cultures. Emotion, 18, 75-93. https://doi.org/10.1037/emo0000302

Cowen, A. S., & Keltner, D. (2017). Self-Report captures 27 distinct categories of emotion bridged by continuous gradients. Proceedings of the National Academy of Sciences, 114(38), E7900-E7909. https://doi.org/10.1073/pnas.1702247114

Damasio, A. (2018). The Strange order of things: life, feeling, and the making of cultures. Pantheon.

Demo, P. (2000). Metodologia do conhecimento científico. Atlas.

Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (2006). Introdução: a disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Orgs.), O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens (2nd ed.). Artmed.

Depraz, N., & Desmidt, T. (2018). Cardiophenomenology: a refinement of neurophenomenology. Phenomenology and the Cognitive Sciences, 18, 493-507. https://doi.org/10.1007/s11097-018-9590-y

Englander, M. (2020). Phenomenological psychological interviewing. The Humanistic Psychologist, 48(1), 54-73. https:// doi.org/10.1037/hum0000144

Fuchs, T. (2021). Time, the body, and the other in phenomenology and Psychopathology. In C. Tewes & G. Stanghellini (Orgs.), Time and body: phenomenological and psychological approaches. Cambridge University Press. https://doi. org/10.1017/9781108776660

Fuchs, T., & Koch, S. C. (2014). Embodied affectivity: on moving and being moved. Frontiers in Psychology, 5, e508. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2014.00508

Giorgi, A. (2009). The descriptive phenomenological method in psychology: a modified Husserl an approach. Duquesne University Press. https://doi.org/10.1163/156916210X526079

Giorgi, A. (2020). Phycology as a human science: a phenomenologically based approach. University professor press.

Grzibowski, S. (2019). Fenomenologia do corpo em Michel Henry: uma leitura a partir da imanência subjetiva. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 10(1), 53-61. https://doi.org/10.5902/2179378636638

Henry, M. (1990). L’essence de la manifestation. PUF.

Henry, M. (1997). Philosophie et phénoménologie du corps: essai sur l’ontologie biranienne. PUF.

Henry, M. (2003). De la subjectivité. PUF.

Henry, M. (2004). La barbárie: une critique phénoménologique de la culture. PUF.

Henry, M. (2009). Fenomenologia material. Encuentro.

Henry, M. (2010). Phénoménologie de la vie. PUF.

Henry, M. (2015). Incarnation: a philosophy of Flesh. Northwestern University Press.

Husserl, E. (1950). Idées directrices pour une phénoménologie. Gallimard.

Husserl, E. (1977). Phenomenological Psychology. Martinus Nijhoff.

Husserl, E. (2001). Meditações Cartesiana: introdução àFenomenologia. Madras.

Husserl, E. (2006). Expérience et Jugement. PUF.

Jacinto, R. L. S., & Salles, M. A. M. (2020). A importância da fala no processo terapêutico na abordagem fenomenológica daseinsanalítica. DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, 22(1), 315-328. https://doi.org/10.30715/doxa. v22iesp.1.14136

Machorrinho, J., Veiga, G., Fernandes, J., Mehling, W., & Marmeleira, J. (2019). Multidimensional assessment of interoceptive awareness: psychometric properties of the portuguese version. Perceptual and Motor Skills, 126(1), 87-105. https://doi.org/10.1177/0031512518813231

Martins, F. (2015). Afeição e filosofia primeira: relação entre Fenomenologia e ciências da vida. Psicologia USP, 26(3), e0006. https://doi.org/10.1590/0103-6564D20150006

Matthews, G. A., & Tye, K. M. (2019). Neural mechanisms of social homeostasis. Annals of The New York Academy of Sciences, 1457(1), 1-21. https://doi.org/10.1111/nyas.14016

Mello, L. L. S. (2019). Os descaminhos da alma: Georg Simmel, Henry James e a “tragédia da cultura”. Pandaemonium Germanicum, 22(37), 76-101. https://doi.org/10.11606/1982-8837223776

Mitscherlich-Schönherr, O., & Anselm, R. (2021). Gelingende Geburt. De Gruyter. https://doi.org/10.1515/9783110719864

Nummenmaa, L., Hari, R., Jari, K., Hietanen, K., & Glerean, E. (2018). Maps of subjective feelings. PNAS, 115(37), 9198-9203. https://doi.org/10.1073/pnas.1807390115

Oliveira, T. C. A., & Borba, J. M. P. (2019). Contribuições da fenomenologia Husserliana para a Psicologia Clínica. Revista do NUFEN, 11(3), 154-169. https://dx.doi.org/10.26823/RevistadoNUFEN.vol11.n%C2%BA03ensaio52

Orengo, F. V., Holanda, A. F., & Goto, T. A. (2020). Fenomenologia e psicologia fenomenológica para psicólogos brasileiros: uma compreensão empírica. Psicologia em Estudo, 25, e45065. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v25i0.45065

Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, 20(2), 5-6. https://doi. org/10.1590/S0103-21002007000200001

Ryan, K. J., Jr., & Gallagher, S. (2020). Between ecological psychology and enactivism: is there resonance? Frontiers in Psychology, 11, 1147. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.01147

Sackin-Poll, A. (2020). Michel Henry and the Resistance of the Flesh. Revista Portuguesa de Filosofia, 76(2/3), 857-880. https://www.jstor.org/stable/26922254

Santos, G. A. O. (2020). Vitalismo cristão e psicologia: contribuições de Michel Henry e Wilhem Reich. Revista do NUFEN, 12(2), 156-169. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rnufen/v12n2/a10.pdf

Silva, C. M., Vieira, E. M., & Freire, J. C. (2020). Pesquisa fenomenológica em psicologia: ainda a questão do método. Revista da Abordagem Gestáltica, 26(2), 199-207. https://dx.doi.org/10.18065/2020v26n2.7

Silva, J., & Nahur, M. T. M. (2020). A força transformadora da narrativa em Paul Ricoeur: enfrentamento do “analfabetismo” existencial-cultural. Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, 12(31), 54-76. https://doi. org/10.36311/1984-8900.2020.v12n31.p55-76

Smith, S. J., & Lloyd, R. J. (2020). Life Phenomenology and Relational Flow. Qualitative Inquiry, 26(5), 538-543. https:// doi.org/10.1177/1077800419829792

Souto, S. S. (2019). Vida enquanto absoluto incondicionado: sobre a materialidade da essência da manifestação na fenomenologia de Michel Henry. Griot: Revista de Filosofia, 19(3), 105-114. https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i3.1241

Souza, C. M., & Moraes, F. M. (2020). Construção e aplicação de modelo metodológico com base na tríplice mimese de Ricoeur. Reves: Revista Relações Sociais, 3(2), 0004-0017. https://doi.org/10.18540/revesvl3iss2pp0004-0017

Todd, J., Aspell, J., Barron, D., & Swami, V. (2019). Multiple dimensions of interoceptive awareness are associated with facets of body image in British adults. Body Image, 29, 6-16. https://doi.org/10.1016/j.bodyim.2019.02.003

Van Rhyn, B., Barwick, A., & Donelly, M. (2021). Embodiment as an instrument for empathy in social work. Australian Social Work, 74(2), 146-158. https://doi.org/10.1080/0312407X.2020.1839112

Downloads

Publicado

2023-01-19

Como Citar

CASTRO, G. J. M. de. (2023). Apontamentos para a vida: uma metodologia Henriana de pesquisa em psicologia. Estudos De Psicologia, 39. Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/7268

Edição

Seção

PSICOLOGIA DA SAÚDE