A influência da sucção não nutritiva como analgesia não farmacológica em recém-nascidos durante procedimentos dolorosos: revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0897v27n1a3951Palavras-chave:
Analgesia. Comportamento de sucção. Cortisol. Dor. Recém-nascido.Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar a influência da sucção não nutritiva como método de analgesia não farmacológica durante procedimentos dolorosos em neonatos, por meio de uma revisão sistemática descritiva atualizada. A pesquisa foi realizada a partir de estudos publicados no período de 2006 a 2016 e disponíveis em versão completa, de forma gratuita, nas bases de dados digitais PubMed, MedlLine e LILACS. Após aplicados os critérios de exclusão, os artigos foram selecionados e avaliados nos seguintes quesitos: tipo de estudo; número total de indivíduos ou estudos envolvidos; média de idade; procedimento considerado doloroso; tipo de sucção não nutritiva utilizada; tempo da sucção não nutritiva antes, durante e após o procedimento; método de avaliação da dor; e conclusão do estudo. Foram encontrados 806 artigos disponíveis em sua versão completa e analisados 14 estudos. Todos os estudos (100%) analisados constataram a eficácia da sucção não nutritiva como método não farmacológico de alívio da dor, seja quando utilizada de forma isolada, seja quando associada a outro método analgésico. A chupeta foi o tipo mais utilizado de sucção não nutritiva. Alguns estudos ainda ressaltam a redução da agitação e do tempo de duração do choro. Apenas um estudo apontou maior ocorrência de taquicardia, bradicardia e hipertensão em recém-nascidos prematuros extremos submetidos à sucção não nutritiva antes e durante o procedimento doloroso. Portanto, a sucção não nutritiva mostrou-se eficaz de forma isolada ou associada à sacarose, sendo esta combinação mais efetiva.
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