Gastos públicos diretos com a obesidade e doenças associadas no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0897v21n1/6a1869Palavras-chave:
Avaliação em saúde, Economia hospitalar, Obesidade, SobrepesoResumo
Objetivo
Analisar os gastos com obesidade e doenças associadas por meio da descrição dos números disponibilizados pelo Serviço de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde do Brasil.
Métodos
A seleção dos dados englobou o valor total pago para o tratamento da obesidade, diabetes, hipertensão arterial e infarto agudo do miocárdio, entre 2008 e 2011, para todas as regiões do país, todas as raças, ambos os sexos e as faixas etárias de indivíduos até 29 anos, entre 30 e 59 anos e acima de 60 anos.
Resultados
No período estudado, o gasto médio com o tratamento da obesidade foi de R$25.404.454,87, sendo constatado um aumento de R$16.260.197,86 entre 2008 e 2011. Para o diabetes, o gasto médio nestes quatro anos foi de R$78.471.7365,08, com um aumento de R$25.817.762,98 entre o primeiro e o último ano. O tratamento do infarto agudo do miocárdio, por sua vez, custou, em média, R$197.615.477,67, com incremento de R$93.673.355,73. Já o custo do tratamento da hipertensão arterial manteve-se relativamente estável, com média de R$43.773.393,48 e aumento de apenas R$1.679.789,79. Entre os sexos, as mulheres custaram mais que os homens, exceto para o infarto agudo do miocárdio. As Regiões Sul, Sudeste e Nordeste revelaram maiores gastos nos tratamentos das enfermidades. Por fim, os indivíduos brancos foram os mais onerosos para o Sistema Único de Saúde.
Conclusão
Seguindo o aumento da prevalência de excesso de peso no País, é possível verificar o concomitante aumento dos gastos com o tratamento da obesidade e doenças associadas.
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