Anticoagulação oral na insuficiência cardíaca congestiva: os critérios de adesão estão sendo seguidas?

Autores

  • Estela Gemha de Nóvoa
  • José Francisco Kerr Saraiva
  • Cláudia Maria de Freitas

Palavras-chave:

anticoagulação oral, tromboembolismo, fibrilação atrial, insuficiencia cardiaca congestiva

Resumo

Objetivo
A anticoagulação oral na insuficiência cardíaca congestiva tem consenso estabelecido em algumas comorbidades de alto risco tromboembólico (fibrilação atrial, tromboembolismo, trombose venosa profunda, etc.). O objetivo deste trabalho foi avaliar as indicações, critérios e adesão ao tratamento em pacientes portadores de fibrilação atrial associada à insuficiência cardíaca congestiva.
Métodos
Foram analisados, de forma retrospectiva, 152 prontuários de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, 74 deles (48, 7%) com indicação para anticoagulação oral (fibrilação atrial crônica, tromboembolismo prévio, valvopatias).
Resultados
Dos 74 pacientes que apresentaram indicação para anticoagulação oral, 28 (38%) estavam sendo anticoagulados, 23 (31, 1 %) de forma não-controlada. Idade supe­rior a 80 anos, sangramento maior durante o uso do anticoagulante e baixo nível sócio-econômico-cultural foram os principais motivos para a não-anticoagulação.
Conclusão
A anticoagulação oral em pacientes com critérios para a sua aplicação foi baixa. Os autores ressaltam a importância do seguimento das diretrizes estabelecidas e da orientação da equipe médica para a prevenção adequada de fenômenos tromboembólicos em população de alto risco. 

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Publicado

2003-06-25

Como Citar

Nóvoa, E. G. de, Saraiva, J. F. K., & Freitas, C. M. de. (2003). Anticoagulação oral na insuficiência cardíaca congestiva: os critérios de adesão estão sendo seguidas?. Revista De Ciências Médicas, 12(2). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1274

Edição

Seção

Artigos Originais