Potencial evocado somato-sensitivo: considerações gerais sobre componente cortical com amplitude elevada

Autores

  • Glória Maria de Almeida Souza Tedrus
  • Lineu Costa Fonseca

Palavras-chave:

potencial evocado somato-sensitivo, componentes corticais, epilepsias parciais, epilepsia do lobo temporal

Resumo

Os componentes corticais do potencial evocado somato-sensitivo apresentam uma grande variabilidade interindividual tendo em vista as mudanças fisiológicas e patológicas que ocorrem no desenvolvimento e no envelhecimento. Dawson em 1946 descreveu o componente cortical com amplitude elevada em pacientes com epilepsia mioclônica progressiva. Outros estudos mostraram que a associação do componente cortical com amplitude elevada estaria associada à ocorrência de mioclonia cortical, não estando presente nas mioclonias subcorticais e segmentares. Em estudos do PES nas epilepsias parciais benignas da infância foi observado que os componentes corticais precoces apresentam latências e amplitudes normais, enquanto os de média e longa latências podem apresentar amplitudes elevadas com morfologia e latência normais. A origem do componente cortical com amplitude elevada não está esclarecida. Tem sido proposto que a amplitude elevada reflita um aumento da excitabilidade de áreas corticais, em especial, das áreas do córtex sensorial primário, em razão de uma desordem primária cortical dos interneurônios inibitórios, ou em decorrência de uma falência das influências inibitórias de estruturas subcorticais. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Tedrus GMAS. Potencial evocado somato-sensi­tivo em crianças com epilepsias benignas parciais da infância e pontas evocadas por estímulos somato-sensitivos no eletrencefalograma [douto­rado]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2000.

Colon EJ, Weerd A. Long-latency somatosensory evoked potentials. J Clin Neurophysiol 1986; 4:279-96.

Addy RO, et ai. The effects of sleep on median nerve short latency somatosensory evoked potentials. Eletroencephalogr Clin Neurophysiol 1989; 74:105-11.

Nuwer MR, et ai. IFCN recommended standards for short latency somatosensory evoked potentials. Report of an IFCN committee. Electroenceph Clin Neurophysiol 1994; 91 :6-11.

Luccas FJC, et ai. Recomendações para o registro/interpretação do mapeamento topográfico do eletrencefalograma e potenciais evocados. Parte li: Correlações clínicas. Arq Neuropsiq 1999; 57:132-46.

Egerhazi A, et ai. Somatosensory evoked potentials in childhood. Eletromyogr Clin Neurophysiol 1986; 26: 297-304.

Garcia-Larrea L, Bastuji H, Mauguiere F. Unmasking of cortical SEP components by changes in stimulus rate: a topographic study. Electroencephalogr Clin Neurophysiol 1992; 84:71-83.

Kakigi R, Shibasaki H. Effects of age, gender, and stimulus side on the scalp topography of somatosensory evoked potentials following posterior tibial nerve stimulation. J Clin Neurophysiol 1992; 9:431-40.

Lüders H, et ai. Cortical somatosensory evoked potentials in response to hand stimulation. J Neurosurg 1983; 58:885-94.

Shibasaki H, Yamashita Y, Neshige R, Tobimatsu S, Fukui R. Pathogenesis of giant somatosensory evoked potentials in progressive myoclonic epilepsy. Brain 1985, 108:225-40.

Obeso JA, Rothwell JC, Marsden CD. The spectrum of cortical myoclonus. Brain 1985; 108: 193-224.

Salas-Puig J, Tunon A, Diaz M, Lahoz CH Somatosensory evoked potentials in juvenile myoclonic epilepsy. Epilepsia 1992; 33: 527-30.

Chiappa K H. Evoked Potentials in Clinicai Medicine. 2nd ed. New York; 1990.

Yoshikawa H, Suzuki H, Sakuragawa, N, Arima M.Giant somatosensory evoked potentials in the Rett syndrome. Brain Dev 1991; 13:36-9.

Farnarier G, Regis H, Roger J Potentials evoques somesthesiques et myoclonus d'action. Rev EEG Neurophysiol 1985; 15:37-43.

Plasmatti R, et ai. The neurophysiological features of benign partia! epilepsy with rolandic spikes. Epilepsy Res 1992; 6:45-8.

Nuwer MR. Fundamentais of evoked potentials and common clinicai applications today. Electroencephalogr Clin Neurophysiol 1998; 106: 142-48.

Calzolari S, Rozza L, DeMarco P. Median nerve middle -long latency somatosensory evoked potentials in children with tactile evoked spikes. J Clin Neurophysiol 1997; 14:523-8.

Kubota H, lnoue Y, Fujiwara T, Yagi K. Classification of giant somatosensory evoked potentials of patients with epilepsy. Epilepsia 1997; 38:216.

Schmitt B, Thun-Hohenstein L, Molinari L, Superti­-Furga A, Boltshauser E. Somatosensosensory evoked potentials with high cortical amplitudes: clinicai data in 31 children. Neuropediatrics 1994; 25:78-84.

Dawson GD . The relation between the electroencephalogram and muscle action potentials in certain convulsive states. J Neuro!Neurosurg Psychiat 1946; 9:5-22.

Dai la Bernadina B, et ai. Sleep and benign partial epilepsies of childhood: EEG and evoked potentials study. Epilepsy Res 1991; (2P):83-96.

Tassinari CA, et ai. Extreme somatosensory evoked potentials elicited by tapping of hands and feet in children: A somatosensory cerebral evoked potentials study. Neurophysiol Clin 1988; 18:123-28.

Micheloyannis J, Samara C, Liakakos T. Giant somatosensory evoked potentials in children without myoclonic epilepsy. Acta Neuro! Scand 1989; 79:146-9.

Downloads

Publicado

2003-09-25

Como Citar

Tedrus, G. M. de A. S., & Fonseca, L. C. (2003). Potencial evocado somato-sensitivo: considerações gerais sobre componente cortical com amplitude elevada. Revista De Ciências Médicas, 12(3). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1259

Edição

Seção

Revisão