Mortabilidade por violência interpessoal no município de Campinas, ano 2000
Palavras-chave:
violencia, promoção da saude, sistemas de informação, morteResumo
Objetivo
Mapear e caracterizar a violência interpessoal no município de Campinas no ano de 2000, discutindo os limites dos sistemas de informações sobre mortalidade.
Métodos
Realizou-se pesquisa nos arquivos necroscópicos do Instituto Médico Legal do município. Do total de 679 laudos de mortes decorrentes de homicídios ocorridos no ano 2000 selecionou-se para estudo 302 que correspondem ao total de casos na faixa etária de zero a 25 anos.
Resultados
Os resultados mostram que houve predomínio de mortes no sexo masculino (n = 283; 93,7%), na faixa etária de 16 a 25 anos, no período noturno e nos Sábados e Domingos. Caracterizando os dados anatomopatológicos registra-se que 95,0% (n = 287) das lesões traumáticas foram decorrentes de ferimentos por projéteis de arma de fogo, sendo detectados mais de 3 ferimentos em 47,8% (n = 141) dos indivíduos. As principais causas de óbito foram traumatismo crânio-encefálico (n = 153; 50,7%), seguido do choque hipovolêmico (n = 108; 35,8%). Quanto ao lugar de ocorrência do homicídio, destaca-se a região sul do município, com precárias condições socioeconômicas e alta concentração de favelas e loteamentos irregulares, dados que correspondem aos achados na literatura.
Conclusão
Estes resultados evidenciados em diversas regiões metropolitanas de nosso país reafirmam a necessária e urgente ação governamental, promovida intersetorialmente entre a segurança, a educação, a saúde e a cultura.
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