Fisioterapia respiratória por vibro-compressão torácica não ocasiona refluxo da dieta enteral do estômago para a orofaringe

Autores

  • Armando Carlos Franco de Godoy
  • Júlio Sergio Marchini
  • Ronan José Vieira
  • Izilda Ismênia Muglia Araújo
  • Maria Isabel Pedreira de Freitas Ceribelli

Palavras-chave:

fisioterapia, refluxo gastroesofagico, nutrição enteral, Respiração artificial , pneumonia aspirativa, azul de metileno

Resumo

Objetivo
Avaliar se a manobra fisioterapêutica de vibro-compressão torácica provoca refluxo gastroesofágico de dieta enteral para a cavidade orofaríngea em pacientes adultos, sedados, portadores de via aérea artificial e necessitando ventilação mecânica.

Métodos
A amostra foi composta por 20 pacientes, alimentados com dieta enteral por sonda alocada no estômago. Efetuou-se um estudo transversal controlado, no qual o grupo de pacientes foi controle de si mesmo. Empregou-se este mesmo grupo em dois momentos: o experimental, em que os pacientes foram submetidos a fisioterapia constituída de vibro-compressão torácica; e o momento-controle, em que os pacientes não se submeteram à referida manobra. Utilizou-se, como marcador do refluxo gástrico da dieta enteral, o corante azul-de-metileno, de uso corrente como marcador na instituição hospitalar onde se desenvolveu o estudo, injetado após a administração, em bolos, de 50% da dieta enteral do horário. Ao final de cada experimento, tanto no grupo controle como no grupo experimental, três profissionais da saúde, sem conhecimento de a qual grupo cada paciente pertencia no momento, avaliaram a coloração da cavidade orofaríngea.

Resultados
Nas inspeções da cavidade orofaríngea dos pacientes, em nenhuma se constatou evidência da presença do corante, colocado na dieta enteral.
Conclusão
Conclui-se que, neste grupo de pacientes, a vibro-compressão torácica, como manobra de fisioterapia respiratória, não propicia o refluxo de dieta enteral para a cavidade orofaríngea.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Akhtar TM, Street MK. Risk of aspiration with the laryngeal mask. Br J Anaesth 1994; 72:447-50.

Thompson R. Prevention of nosocomial pneumonia. Med Clin North Am 1994; 78: 1185-99.

Temple NJ. Nutrition and disease; challenges of research desing. Nutrition 2002; 18:343-47.

Woodcock NP, Zeigler D, Palmer D, Buckley P, Mitchell CJ, Macfie J. Enteral Versus Parenteral Nutrition: a pragmatic study. Nutriton 2001; 17: 1-12.

Carol LK , Keithley JK. Enteral Nutrition: potential complications and patient monitoring. Nurs Clin North Am 1989; 24 339-53.

Torres A, EI-Ebiary M, Sloer N, Montón C, Fábregas N. Stomach as a source of colonization of the respiratory tract during mechanical ventilation: association with ventilator-associated pneumonia. Eur Respir J 1996; 9: 1729-35.

Thompson-Henry S, Braddock B. The modified Evan's blue dye procedure fails to detect aspiration in the tracheostornized patient: five case reports. Dysphagia 1995; 10:172-74.

Metheny NA, Eisemberg P. Spies M. Aspiration pneumonia in patients fed through nasoenteral tubes. Heart Lung 1986; 15:256-61.

Metheny NA, Clouse RE. Bedside Methods for Detecting Aspiration in Tube Fed Patients. Chest 1997; 11:724-31.

Metheny NA , Spies M, Eisemberg P. Frequency of nasoenteral tube displacernent and associated risk factors. Res Nurs Health 1986; 9:241-47.

Potts R, Zaroukian M. Glucose content of tracheal aspirates. Crit Care Med 1995; 23:1451-52.

Montejo-Gonzales JC , Perez-Cardenas MD , Fernandez-Hermandez, AI. Detecting pulmonary aspiration of enteral feeding in intubated patients. Chest 1994; 106: 1632-3. [Letter)

Mikatti NE , Luthra AD , Healy TEJ . Mortimer AJ. Gastric regurgitation during general anaesthesia in different positions with the laryngeal rnask airway. Anaesthesia 1995; 50: 1053-55.

Bapat PP, Verghese C. Laryngeal mask airway and the incidence of regurgitation during gynecological laparoscopies. Anesth Analg 1997; 85:139-43.

Potts RG , Zaoroukian MH , G uerrero PA , Barker CD. Comparation of blue dye visualization and glucose oxidase test strip methods for detecting pulmonary aspiration of enteral feeding in intubated adults. Chest 1993; 103:117-21.

Mackenze CF. Fisioterapia respiratória em unidade de terapia intensiva. São Paulo: Panamericana; 1988. 288p.

Ceribelli MIPF. Suporte nutricional enteral e parenteral: pesquisa de enfermagem e aplicações em uma realidade [doutorado]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto , Universidade de São Paulo; 1992.

Metheny NA, Eisemberg P, McSweeney M. Effect of feeding tube properties and three irrigants on clogging rates. Nurs Res 1988; 37: 165-69.

Marcaud SP, Perkins AM. Clogging of feeding tubes. J Parenter Enter Nutr 1988; 12:403-05.

lbánez J, Penafiel A, Raurich JM, Marse P, Jórda R, Mata F. Gastroesophageal reflux in intubated patients receiving enteral nutrition: affect of supine and semirecumbent positions. J Parenter Enter Nutr 1992; 16:419-22.

Downloads

Publicado

2004-09-25

Como Citar

Godoy, A. C. F. de, Marchini, J. S., Vieira, R. J., Araújo, I. I. M., & Ceribelli, M. I. P. de F. (2004). Fisioterapia respiratória por vibro-compressão torácica não ocasiona refluxo da dieta enteral do estômago para a orofaringe. Revista De Ciências Médicas, 13(3). Recuperado de https://seer.sis.puc-campinas.edu.br/cienciasmedicas/article/view/1217

Edição

Seção

Artigos Originais