Micota no ar da unidade de terapia intensiva e centro cirúrgico de um hospital universitário
Palavras-chave:
Estações do ano, Fungos do ar, Hospital, PrevalênciaResumo
Esporos de fungos filamentosos disseminados no ambiente podem colonizar o trato respiratório, causando doenças em pacientes imunocomprometidos. Em hospitais e clínicas de saúde, é necessário determinar a concentração de micro-organismos anemófilos nas áreas internas e externas, no intuito de identificar fontes de contaminação e disseminação de agentes etiológicos. O valor máximo permitido deve ser <750UFC/m3 de fungos para a relação ambiente interno/externo I/E<1,5, sendo inaceitável a presença de fungos patogênicos. O objetivo deste estudo foi reconhecer a diversidade taxonômica de fungos anemófilos em ambientes externos e internos de um hospital universitário, com ênfase nos isolados potencialmente patogênicos. As coletas foram realizadas quinzenalmente, durante o inverno de 2008 e o verão de 2009, antes da limpeza dos aparelhos de ar condicionado. A avaliação da micota nas unidades de terapia intensiva e centro cirúrgico foi realizada pela técnica de sedimentação passiva. Os fungos isolados foram submetidos ao teste de crescimento a 37ºC, e identificados por meio de características macroscópicas e micromorfológicas. As coletas realizadas no inverno apresentaram o resultado de 93 isolados no interior do hospital e 356 em seu exterior (I/E=0,2), sendo que 3 cepas do interior (A. clavatus, A. fumigatus, Penicillium sp.) e 2 do exterior (Paecilomyces sp. E Penicillium sp.) obtiveram crescimento a 37ºC (I/E=1,5).
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