Comunidades de formigas em três espécies utilizadas na arborização urbana em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil
Palabras clave:
formigas, árvores, Caesalpinia ferrea, Tabebuia chrysotricha, Tabebuia roseaResumen
Visando contribuir ao conhecimento da mirmecofauna do Rio Grande do Sul, este trabalho objetivou avaliar a riqueza e a composição de espécies das comunidades de formigas em três espécies de árvores muito utilizadas em arborização urbana: pau-ferro (Caesalpinia ferrea), ipê amarelo (Tabebuia chrysotricha) e ipê róseo (Tabebuia rosea) no Campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, Brasil. Para os levantamentos, foram selecionados dez indivíduos de cada espécie arbórea e realizadas coletas mensais de formigas ao longo de doze meses. Um dia por mês, durante cinco minutos, foram coletadas com aspirador entomológico todas as formigas encontradas no tronco de cada árvore entre 0,80m e 1,65m acima do nível do solo. No total, foram coletadas 6.248 formigas, distribuídas em 28 espécies, pertencentes a quatro subfamílias. Das espécies coletadas, dez (35,7%) foram comuns às três espécies arbóreas, enquanto cinco (17,9%) foram encontradas exclusivamente em C. ferrea, quatro (14,3%) em T. chrysotricha e apenas duas (7,1%) em T. rosea. Em C. ferrea foi encontrada a maior riqueza (S=22), seguida pela observada em T. chrysotricha (S=19) e, por último, em T. rosea (S=14). Em cada espécie arbórea, a riqueza de formigas foi menor no inverno em comparação à encontrada nas demais estações. Os resultados mostram que nas três espécies arbóreas, as formigas são apenas visitantes ocasionais, exploradoras de recursos comuns variáveis ao longo do tempo, não ocorrendo associações espécie-específicas.
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Citas
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