Qualidade da água de arroios urbanos de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, com base em análises físicas, químicas e biológicas
Palavras-chave:
Arroios urbanos, Diatomáceas epilíticas, Poluição orgânica, EutrofizaçãoResumo
Este estudo objetivou avaliar a qualidade da água de arroios urbanos, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, utilizando parâmetros físicos, químicos e microbiológicos. Oito sítios de amostragem distribuíram-se nos trechos superiores e inferiores de quatro arroios. Duas amostragens foram realizadas em 2007 e duas em 2008. Foram analisados: temperatura, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, nitratos, nitrogênio amoniacal, fosfato, sólidos totais dissolvidos e coliformes termotolerantes. Simultaneamente, amostras de diatomáceas epilíticas foram coletadas, as espécies identificadas e as abundâncias relativas determinadas. Fez-se a avaliação da qualidade da água utilizando-se como parâmetro a resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente e aplicando-se o índice biológico de qualidade da água. Os resultados indicaram que os arroios estão poluídos por contaminação orgânica apresentando avançados estágios de eutrofização, principalmente nos trechos inferiores, enquadrando-se na "Classe 4" de acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, correspondendo a águas de má qualidade. Os resultados do índice biológico de qualidade da água variaram do nível "forte" a "muito forte" na maioria dos pontos de amostragem, destacando-se: Cyclotella meneghiniana, Fallacia monoculata, Nitzschia palea e Sellaphora pupula como as espécies mais tolerantes à eutrofização. Dois grupos de amostras foram separados através da análise de agrupamento, um contendo os pontos dos trechos superiores e o outro os pontos dos trechos inferiores, havendo 38% de similaridade quantitativa na composição da comunidade de diatomáceas.
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