A presença dos evangélicos no cenário político brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v47e2022a5746Palavras-chave:
Evangélicos, Neopentecostalismo, Pentecostalismo, PolíticaResumo
O presente trabalho pretende analisar a evolução da influência evangélica na política brasileira. Primeiramente, far-se-á um breve panorama da origem do pentecostalismo até sua chegada ao Brasil e do neopentecolismo, que deriva desse último. Posteriormente, será descrita a inserção lenta e gradual dos evangélicos, principalmente neopentecostais, na política brasileira, que se consagrou – e vem aumentando eleição após eleição – em 1986 com a Assembleia Nacional Constituinte e em 1988 com a promulgação da atual Carta Magna do Brasil, a Constituição Federal. Delineado esse cenário, algumas hipóteses são levantadas: porque tamanho sucesso de líderes religiosos evangélicos no cenário político? Seria uma expressão de uma sociedade que, ainda que esteja salvaguardada por um Estado laico, procura representantes políticos guiados por moralidade religiosa, ou seria uma articulação política que se aproveita de valores caros à democracia, como a liberdade religiosa, liberdade de imprensa e expressão, para consolidar um projeto de poder que coloca em questão o conceito de secularização do Estado e da sociedade? Diante dessas indagações, chega-se à percepção de que alguns fatores inerentes ao cristianismo, em sua vertente evangélica, levam à ascensão de políticos ao poder com maior legitimidade popular. No entanto, essa ingerência pode trazer consequências perigosas para a democracia, como a criação de políticas públicas para grupos específicos, aumento do preconceito, exclusão e até mesmo retrocesso nos direitos das minorias. Na seara religiosa, essa participação sem chamado e vocação pode ocasionar a desmoralização da religião da sua pedra angular: o amor ao próximo.
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