Religião e Decolonialidade | Religion and Decoloniality
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v45e2020a5012Resumo
A perspectiva pós-colonial ganha espaço na recente produção acadêmica latino-americana, tributária das clássicas contribuições de Franz Fanon (1925-1961) (FANON, 2010), de Aimé Césaire (1913-2008) (CÉSAIRE, 1978) e Albert Memmi (1920-2020) (MEMMI, 1974) e, mais recentemente, de Edward Said (1935-2003) (SAID, 1990), entre outros autores. Apesar disso, é possível identificar, já durante século XIX, o problema da “colonialidade” como marca do pensamento político no continente. Segundo Ballestrin (2013, p. 91), foi então que um conjunto de escritores, de políticos e de ativistas (Bolívar, Bilbao, Torres-Caicedo, Martí, José Rodó e Manuel Bonfim, entre outros), preocupados com o “sentido” e com o “destino” da América e de seus povos, posicionaram-se criticamente em relação ao referencial da “latinidade”, atribuído a “uma estratégia imperial francesa adotada pelas elites criollas do continente, na segunda metade do século XIX”.
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