Fenomenologia da Religião: teoria e aplicação
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v45e2020a4953Resumo
A sentença nietzscheniana da “morte de Deus” (NIETZSCHE, 1993, p. 121) constitui um marco fundamental para o advento de processos de compreensão e intepretação acerca da religião e da própria questão de Deus. Visualizava-se, de um lado, que a religião teria chegado ao seu limite e estaria fadada ao desaparecimento; que a questão de Deus, fundamentada no teocentrismo medieval e já reconfigurada pelos deísmos modernos, perderia a sua relevância; e que o ateísmo contemporâneo seria hegemônico. De outro lado, essa sentença era compreendida não só como uma crítica à metafísica teísta que configurou a revelação divina como isenta de historicidade e da realidade existencial do ser humano, mas também como uma crítica à própria ciência moderna, que emergia positivistamente e com caráter messiânico para trazer ordem e progresso à humanidade (GONÇALVES, 2018).
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