Orientalismo reflexivo: ou das lentes persuasivas que (ainda) colonizam o imaginário coletivo hegemônico sobre o Islã
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v42n1a3804Palavras-chave:
Al-Dawla al-Islamiya al-Iraq al-Sham. Al-Qaeda. Islã. Islamofobia. Orientalismo.Resumo
Inspirado nas elucidações de Edward Said em sua obra Orientalismo, este artigo busca evidenciar a pertinência destas para reflexões atuais, sobretudo no que concerne aos modos de concepções consolidados a respeito do Islã e das(os) muçulmanas(os) na atualidade. Para isso, serão observadas as fatias históricas invisibilizadas nas narrativas hegemônicas acerca das organizações Al Qaeda e al-Dawla al-Islamiya al-Iraq al-Sham e a maneira como esse processo de invisibilização opera a partir de lentes persuasivas, que ampliam as experiências franco-britânico-estadunidenses e dominam e cristalizam contornos bipolarizantes que colonizam discursos, territórios, corpos e saberes, assim como práticas e discursos islamofóbicos. Partiu-se do pressuposto de que os atentados de 11 de setembro de 2001 redefiniram as formas de equacionar o mundo e fomentaram narrativas, muitas vezes disfarçadas, do monstro islâmico, as quais carregam veladamente pretensões de demonização da religião e de suas e seus adeptas e adeptos. Diante disso, será apresentada, neste artigo, uma breve analise sobre novas formas de configuração do orientalismo manifestas nos últimos quinze anos pelas ainda potências euro-americanas, as quais, neste artigo, denominam-se orientalismo reflexivo.
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