A possibilidade do diálogo inter-religioso entre cristãos e budistas na fenomenologia crítica de Paul Tillich
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v40n2a3313Palavras-chave:
Fenomenologia da religião, Método fenomenológico, TeologiaResumo
O objetivo deste trabalho é destacar como Paul Tillich (1886-1965) elaborou, metodologicamente, o diálogo inter-religioso em sua teologia e filosofia. Apesar do autor ter desenvolvido uma metodologia própria em sua teologia – tal como o método de correlação e o círculo teológico – encontra-se, também, no desenvolvimento desta a fenomenologia de Edmund Husserl e de Martin Heidegger e sua aplicabilidade na investigação da experiência religiosa. No entanto, segundo Tommy A. Goto, a fenomenologia presente no pensamento de Tillich não é nem a pura de Husserl, nem a hermenêutica desenvolvida posteriormente por Heidegger, mas sim uma “fenomenologia crítica”. Esta se resume na união de ambos os elementos fenomenológicos, ou seja, o intuitivo-descritivo da fenomenologia husserliana e o crítico-existencial da heideggeriana. É a partir dessa “fenomenologia crítica” que se dá a possibilidade do diálogo inter-religioso entre o cristianismo e as religiões não cristãs, tal como o budismo japonês. Para explicitar essa possibilidade, destacar-se-á como exemplo o diálogo que Paul Tillich desenvolveu com os budistas após a sua viagem ao Japão, e que apresentou sob a forma de “Conferências de Bampton” no outono de 1961. Nesse texto, Tillich analisa um possível diálogo entre o budismo e o cristianismo, deixando claro como se pode realizar um encontro inter-religioso baseado numa metodologia teológico-filosófica.
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