Liberdade e razão: considerações da relação entre ciência, educação e a religião de Cristo
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v40n2a3295Palavras-chave:
Ciência, Educação, Liberdade, Razão, ReligiãoResumo
Ao buscar estabelecer uma relação entre ciência, educação e a religião de Cristo, este texto afirma que o mundo construído por Cristo foi invadido pelas ideias de Aristóteles e, desse modo, gerou-se um mundo com capacidade de criar nele um lugar independente, o qual e pelo qual foi elaborada outra totalidade das coisas que pertencem a outro domínio com suas próprias leis, e as quais as fazia cumprir, as leis da curiosidade. Com isso, a cristandade abandonou a sua liberdade para cumprir as leis de Aristóteles e, consequentemente, busca expor como a ideia de ciência presa à concepção aristotélica de Homem Curioso está assentada sobre o problema da exterioridade sob o efeito da razão desengajada. Mas, desde o final do século XIX, os cientistas habituaram-se a considerar que não há limites para a observação, pois que os modelos ditos científicos nada mais são do que conhecimentos aproximados do que se propõe examinar. Tal conceito de ciência deixou bastante similar a pesquisa entre ciências humanas e exatas ao rejeitar a ideia de um observador absoluto capaz de revelar a relação entre o concreto e o sensível. Com efeito, o mundo percebido e o mundo da ciência são interdependentes; isso faz com que se retome a concepção socrático-platônica de liberdade como um problema moral, conforme mostrou Mario Vieira de Mello, e a religião de Cristo como uma religião de liberdade.
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