Mística e inquietação em Agostinho de Hipona
uma análise hermenêutico-fenomenológica do Livro X das Confissões
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v49a2024e12174Palavras-chave:
Agostinho, Confissões, Inquietação, Livro X, MísticaResumo
As Confissões de Agostinho compõem-se de um conjunto de escritos do hiponense que marcam a espiritualidade ocidental. Os grandes mestres espirituais do Ocidente, devedores à língua latina e à teologia agostiniana, tratam as Confissões como um arquétipo do itinerário humano que se resume na complexa trajetória existencial que visa o desfrute de Deus; isto é, a Contemplatio Dei, como comumente expresso nas narrativas místicas. Concebida desse modo e servindo de inspiração à espiritualidade ocidental, as Confissões de Agostinho, ainda hoje, fornecem variadas perspectivas de análise e um rico material para reflexão. Por isso, este artigo objetiva trazer ao cenário crescente das discussões acerca da mística no Brasil a plausibilidade de tomar as Confissões hermeneuticamente como uma narrativa mística dotada de profundo caráter existencial que se expressa, sobretudo, no X Livro. Tomando o Livro X das Confissões como síntese de um percurso místico que é retratado no conjunto da obra, intenta-se realizar uma leitura hermenêutico-fenomenológica do texto colocando em evidência a Inquietatio Animi como uma das caraterísticas fundamentais para a compreensão do que vem a ser a mística em Agostinho de Hipona. Para isso, realizar-se-ão breves considerações sobre o conceito e as características da mística cristã que emergem de Agostinho, para, então, prosseguir com uma incursão direta na obra do autor, permitindo, na medida do possível, que Agostinho interprete a si mesmo para que, fenomenologicamente, possa emergir da obra em si a Inquietatio Animi como pressuposto e característica necessária da mística.
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