KANT E O MAL RADICAL
Resumo
A noção de mal radical aparece em Kant no contexto da discussão . da religião nos limites da simples razão e busca dar conta da complexa relação entre o respeito pela lei moral e o amorpróprio na definição do móbil para a ação. Na busca por identificar o fundamento da propensão para o mal no homem, Kant se vê diante da dificuldade de ter de articular natureza e liberdade, e ainda que a noção de mal radical possa conservar algumas ambigüidades, permite conceber uma noção de responsabilidade compatível com uma inata propensão para o mal. Neste texto busco explicitar os passos que julgo fundamentais na construção do conceito por Kant e ao mesmo tempo indicar uma dificuldade com a noção de vontade diabólica, do querer o mal pelo mal.
Referências
ALLlSON, Henry. Kant's theory offreedom. Cambridge University Press, 1995.
_____. "Reflection on the banality of (radical) evil", In: Id. Idealism and freedom: essays on Kant's theoretical and practical philosophy. Cambridge University Press, 1996, p. 169-82.
FACKENHEIM, Emil L. "Kantand radicalevil".ln: CHADWICK, Ruth (ed.).lmmanuel Kant. Critical assessments (vol.lII: Kant'smoral and polítical philosophy). Nova lorqu~: Routledge, 1995, p. 259-273.
GIACOIA Jr., Oswaldo. "Reflexões sobre a noção de mal radical". Studia Kantiana. Revista da Sociedade Kant Brasileira. Vol. I, nº1, sel. 1998, p. 183-202.
KANT, I. Kants Werke. Berlim: Walter de Gruyter & Co., 1968.
Crítica da razão prática. Trad. Valerio Rohden. São Paulo: Martiris Fontes, 2002.
Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1997.
Àpaz perpétua. Trad. MarcoZingano. Porto Alegre: L&PM Editores, 1989.
A religião dentro dos limites da simples razão (1a Parte). Trad. Tânia M. Bernkopf. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1974.