Serviço Social e Laudato Si’.: desigualdades socioambientais e sustentabilidade
DOI:
https://doi.org/10.24220/cfc.v2i1.3945Resumo
O artigo reflete criticamente sobre a questão das desigualdades socioambientais a partir e nos marcos teóricos das propostas apresentadas pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Si’. O uso desordenado dos recursos naturais regido pelo sistema econômico, onde se exacerba o consumo, trouxe consequências e a necessidade de atenção especial para com os cuidados que o ambiente natural requer. Inovações tecnológicas, desigualdade no fornecimento e consumo de serviços, fragmentação e exclusão social, aumento da violência, entre tantos outros sinais, revelam que ao longo das últimas décadas não houve um verdadeiro progresso integral. Consequentemente, o debate atual se faz no sentido de melhorar as condições de vida da população dentro dos limites da capacidade de sustento dos ecossistemas, incorporando as dimensões do desenvolvimento social, econômico e ambiental, incluídas nas definições mais usadas de desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade, em suas três dimensões harmoniosamente ligadas, favorece o equilíbrio e crescimento de seus componentes e dá significado ao Desenvolvimento Sustentável. Assim, ao resgatar a dimensão humana e social da crise ambiental, a Encíclica Laudato Si’ dialoga implicitamente com os pressupostos teóricos do Serviço Social, o que permite a reflexão crítica das desigualdades socioambientais. Todavia, estudos mais aprofundados devem ser desenvolvidos para que esta relação de princípios entre a Ecologia Integral, da forma como é adotada na Laudato Si’, e os pressupostos de ação e a prática do assistente social, possam se ajustar cada vez mais e produzir os ideais de transformação social que ambos desejam.
Palavras-chave: Desigualdades sociais. Laudato Si’. Sustentabilidade socioambiental.