A pesca esportiva e o pesque-e-solte: pesquisas recentes e recomendações para estudos no Brasil
Palavras-chave:
Ética na pesca, Injúrias em peixes, Pesca amadoraResumo
Este trabalho apresenta uma breve revisão a respeito do pesque-e-solte com o objetivo de informar sobre os principais problemas e soluções associados a essa atividade que vêm sendo discutidos nos últimos anos, colocando o Brasil dentro desse contexto. A liberação do peixe é considerada uma atitude nobre, de fundo conservacionista, levando muitos a proporem o fechamento de algumas áreas para a pesca comercial e manutenção apenas da pesca esportiva. Porém, há muito ainda que se conhecer com relação aos efeitos de tal prática, principalmente porque estudos sobre a sobrevivência pós-soltura são mais comuns em ambientes continentais do que em ambientes marinhos. As pesquisas atuais concentram-se na avaliação do bem-estar dos peixes liberados, na prevenção do seu estresse ou mortalidade e, mais recentemente, na discussão de aspectos éticos do pesque-esolte. Algumas práticas bem estabelecidas têm sido mostradas ineficientes; outras devem sempre ser consideradas a depender do tipo de ambiente e da espécie. No Brasil, o conhecimento técnico-científico sobre o assunto ainda é incipiente e também concentrado em pesquisas realizadas no ambiente continental. A utilização do pesque-e-solte como medida de gestão não deve ser vista como uma panacea, aplicável a quaisquer condições. Recomenda-se uma análise de medidas precautórias para situações comuns em países em desenvolvimento ou economias em transição
Downloads
Referências
Arlinghaus, R. & Riepe, C. (2011). Do shifts in wildlife value orientations affect the moral acceptability of recreational fishing in post-industrialized societies? Book of Abstracts. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Arlinghaus, R.; Schwab, A.; Cooke, S.J. & Cowx, I.G. (2009). Contrasting pragmatic and suffering-centred approaches to fish welfare in recreational angling. Journal of Fish Biology, 7 5:2448-63.
Barnhart, R.A. (1989). Symposium review: catch-and-release fishing, a decade of experience. North American Journal of Fish Management, 9(1):74-80.
Bartholomew, A. & Bohnsack, J.A. (2005). A review of catch-and-release angling mortality with implications for no-take reserves. Reviews in Fish Biology and Fisheries, 15(1-2):129-154. doi: 10.1007/s11160-005-2175-1.
Capistrano-Santana, A.; Catella, A.C.; Eaton, D. & Marques, D.K.S. (2007). Pesque-e-solte: sobrevivência inicial dos peixes devolvidos ao rio no Pantanal. Anais do XVII Encontro Brasileiro de !etiologia, 2007, ltajaí.
Carvalho, Á.; Sardelli, C.H.; Souza, M.J. & Forsberg, B.H. (2011). Os ferimentos e o tempo de manuseio dos tucunarés(Cichla spp.) capturados na modalidade pesque e solte: um estudo de caso no médio rio Negro, Amazonas, Brasil. Anais do XIX Encontro Brasileiro de /etiologia, 2011, Manaus.
Ceccarelli, PS.; Cantelmo, O.A. & Melo, J.S.C. (2006). Sobrevivência de peixes capturados na modalidade pesque-e-solte em viveiros de pesca. Boletim Técnico do CEPTA, 18:19-28.
Cline, T.; Kitchell, J.; Weidel, B. & Hodgson, J. (2011). Growth response to catch-and-release angling in wild largemouth bass (Micropterus salmoides). Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Cooke, S.J. & Suski, C.D. (2005). Do we need species specific guidelines for catch-and-release recreational angling to efectively conserve diverse fishery resources? Biodiversity Conservation, 14:1195-209.
Danylchuk, A.; Cooke, S.; Mandelman, J. & Suski, C.(2011). Effects of catch-and-release angling on the physiology and behaviour of juvenile lemon shark (Negaprion bevirostris) in The Bahamas. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Faria, F.; Sutton, S.; Simpfendorfer, C.; Tobin, R. & Awruch, C. (2011) Effects of recreational fishing on sharks in the Great Barrier Reef Marine Park. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Freire, K.; Machado, M.L. & Crepaldi, D. (2011). Recreational fishery in Brazil. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress,-2011, Berlin.
Gorgati, E.C.A.S. (2007). Pesca esportiva: crueldade consentida e a glamourização do lazer na Terra da Gente. Dissertação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Centro Universitário de Araraquara.
Hall, K.; Broadhurst, M.; Butcher, P. & Rowland, S. (2011). Sublethal effects of angling and release on two Australian native freshwater fish. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Hertig, A. (2011). The struggle of Swiss anglers with the new animal protection law: a juristic overkill? Proceedings ofthe VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Hogan, Z. (2011). The intersection of recreational fisheíies and the world's freshwater megafish: coexistence, conservation or extinction? Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Lopes, K. (2011). Análise preliminar da taxa de mortalidade em tucunarés Cichla spp. (Teleostei: Cichlidae) submetidos ao sistema pesque-e-solte na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (ROSA). Anais do XIX Encontro Brasileiro de !etiologia, 2011, Manaus.
McGrath, S. (2011). The fate of mulloway (Argyrosomus japonicus) after ingesting conventional and modified stainless- and carbon-steel hooks. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
O'Bryant, R. (2011). Teach a child to fish. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
O'Toole, A.C.; Danylchuk, A.J.; Suski, C.D. & Cooke, S.J. (2010). Consequences of catch-and-release angling on the physiological status, injury, and immediate mortality of great barracuda (Sphyraena barracuda) in The Bahamas. ICES Journal of Marine Science, 67(8):1667-75. doi: 10.1093/icesjms/fsq090.
Olaussem, J. O. (2011). Catch and release: Economics trumps biology trumps ethics1 Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Policansky, D. (2008). Trends and developments in catch release. ln: Aas O. (Ed.). Global challenges in recreational fisheries. Oxford: Blackwell Publishing.
Pope, K.; Martin, D. & Wilde, G. (2011). Angler choice of terminal tackle and water depth. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Radonski, G.C. (2002). History and application of catch- and-release fishing: the good, the bad, and the ugly. ln: Lucy, S.A. & Studholme, A.L. (Ed.). Catch and release in marine recreational fisheries. American Fisheries Society Symposium, 2002, Bethesda.
Stalhammar, M.; Linderfalk, R.; Brõnmark, C.; Arlinghaus, R. & Anderes-Nilsson, P. (2011). Short-term effects of catch-and-release angling on pike (Esox lucius) behaviour. Proceedings of the VIWorld Recreational FishingCongress, 2011, Berlin.
Suski, C.; Shultz, A.; Murchie, K; Griffith, C.; Cooke, S; Danylchuk, A. & Goldberg, T. (2011). lmpacts of dissolve oxygen on the behaviour and physiology of bonefish: implications of live-release angling tournaments. Proceedings of the VI World Recreational Fishing Congress, 2011, Berlin.
Tufts, B.L.; Davidson, K. & Bielak, A.T. (2000). Biological implications of "catch and release" angling of Atlantic Salmon. ln: Whoriskey Jr., F.G. & Whelan, K.E. (Ed.). Managing Wild Atlantic Salmon: new challenges - new techniques. Proceedings of the S'h lnternational Atlantic Salmon Symposium, 1997, /reland. p.195-227.
V0lstad, J.H.; Korsbrekke, K.; Nedreaas, K.H.; Nilsen, M.; Nilsson, G.N.; Pennington, M. et ai. (2011). Probability based surveying using self-sampling to estimate catch and effort in Norway's coastal tourist fishery. ICES Journal of Marine Science, 68(8):1785-91.
Wilde, G.R. (2009). Does venting promote survival of released fish? Fisheries, 34(1):20-28.