Tendências nos programas de reintrodução de espécies de animais silvestres no Brasil
Palavras-chave:
Animais silvestres, Brasil, Conservação, ReintroduçãoResumo
A reintrodução de espécies animais tem se mostrado uma valiosa ferramenta para a conservação, como demonstra o crescente número de programas envolvendo esta técnica. Entretanto, apesar de o ideal ser uma abordagem em nível de ecossistemas, o que se tem visto na pesquisa conservacionista de modo geral é uma tendência a se atenderem grupos de animais com apelo junto à opinião pública, a despeito de outros igualmente importantes para a manutenção dos sistemas biológicos. O presente trabalho teve o objetivo de verificar se, nos projetos de reintrodução de espécies de animais silvestres realizados no Brasil, existem tendências em contemplar certos grupos taxonômicos, além de verificar as formas mais utilizadas de divulgação de seus resultados, por meio de pesquisa em diversos tipos de produção bibliográfica relacionados à reintrodução de espécies no Brasil. Dos 130 registros de reintroduções foram encontros no Brasil, 3,8% contemplavam anfíbios, 8,5% répteis, 26,2% mamíferos e 61,5% aves, e nenhum projeto formal envolvia espécies de peixes. Do total de 220 trabalhos relativos à reintrodução de animais silvestres no Brasil, 37 eram artigos, 8 capítulos de livros, 28 trabalhos acadêmicos, 17 projetos, 92 resumos e 38 pertenciam a outras formas de publicação. Assim como na pesquisa em conservação de modo geral, nos programas de reintrodução são observadas tendências taxonômicas, com predominância de projetos envolvendo grupos considerados “carismáticos”. O registro dos dados obtidos nestes programas é ainda fragmentado, salientando a necessidade da construção de bases de dados que sirvam de apoio para iniciativas futuras.
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